Maquetes Digitais

Quando falamos de maquetes vem-nos imediatamente à cabeça a representação volumétrica de determinada realidade espacial: um prédio, um condomínio, um empreendimento imobiliário, uma casa, uma cidade. A maquete é, com efeito, uma reprodução em tamanho menor dessa realidade espacial. Construída em três dimensões, torna essa realidade espacial mais perceptível, de mais fácil apreensão e experimentação. Assim, se por um lado podemos dizer que o homem no seu cotidiano, ao movimentar-se de um lugar a outro, submete-se às dimensões, formas e funcionalidades do espaço que o rodeia, por outro lado, podemos afirmar com segurança que o envolvimento na construção de uma maquete permite uma experiência contrária, a de dominação do espaço. Ao construirmos uma maquete, subordinamos o espaço à nossa vontade, à nossa imaginação e concepção de ordem. A redução das proporções de um espaço que se obtém por meio da construção de uma maquete ou, como por vezes é chamada, de um modelo, nos provoca a sensação de prazer na medida em que submetemos o espaço experimentado - que é fragmentado por força da nossa dimensão humana - ao nosso controle, à nossa manipulação. A reprodução em tamanho menor de uma realidade espacial muito maior transforma essa realidade em um espaço acessível no seu todo, fácil de ser subordinado e controlado pelo homem. 
Vem daí o uso das maquetes como recurso educativo. Construindo ou projetando uma maquete o educador, necessariamente, escolhe os elementos que fazem parte do ensinamento que deseja transmitir; constrói uma realidade física pensada e interpretada que irá envolver o estudante nesta verdadeira magia de ter à mão um espaço ordenado e controlável.


Uma Cidade Grega