Olímpia

Olímpia é um santuário interestadual e pan-helênico. Em toda a sua história, Olímpia nunca se tornou uma pólis como ocorreu com Delfos e Dodona. Localiza-se no vale dos rios Alfeu e Cladeus, na porção ocidental do Peloponeso, na antiga área de Pisatis e atual região de Élis – cercada pela Trifília e Messênia a sul, pela Acaia a norte e pelas montanhas da Arcádia a oeste. A localização do santuário, em uma grande área plana e aberta, levou aos habitantes de muitas vilas das montanhas nos arredores a usarem-no como passagem e rota ao mar Jônico, distante 18 km a oeste, através do rio Alfeu navegável na antiguidade. Desde o início, tais características tornaram Olímpia o mais importante nódulo de comunicação da porção ocidental da Grécia Balcânica.
A ocupação humana na área do santuário de Olímpia é muito antiga, remonta ao período neolítico tardio (4o. milênio a.C.). A atividade religiosa no local iniciou-se entre o final do século XI e início do X a.C., como evidenciam cerâmicas e figurinhas votivas de terracota em bronze encontradas do período. É nesse período também que os especialistas costumam situar o início do culto de Zeus, a principal divindade do santuário, a que os jogos olímpicos foram dedicados. Apesar de tradicionalmente se colocar 776 a.C. como a data para o início dos jogos olímpicos, atualmente os especialistas preferem situar o seu início no final do século VIII a.C., em c. 700 a.C. Nessa época ainda, os jogos eram estritamente locais, foi somente a partir do final do século VII e início do VI a.C. que atingiram uma dimensão pan-helênica, no sentido de que várias cidades do mundo grego começaram a participar.
A pólis de Élis foi a administradora do santuário após o seu sinecismo em 471 a.C. Enquanto o santuário de Apolo em Delfos era administrado por uma anfictionia – organização formada por vinte éthne de tessálios, beócios, fócios, etc. –, Olímpia, por sua vez, foi administrada por uma única pólis: Élis, que não esteve desde sempre no controle do santuário. A cidade tomou posse das atividades e do local apenas a partir da metade do século VI a.C., quando derrotou Pisa, que havia se mantido no controle do Altis ao menos desde o início do século VII a.C. (Koutsoumba, 2004: 20; Nielsen, 2007: 29-30). Somente em 364 a.C. os eleios foram destituídos da administração pela Confederação Arcádia que tinha Pisa como seu Estado subserviente e Olímpia, então, passou a ser controlada pelos arcádios, os quais usaram o dinheiro do santuário para financiar o seu exército (Nielsen, 2007: 35-36). Embora nada se saiba sobre o que aconteceu à região de Pisa quando a Arcádia e Élis concluíram a paz, presume-se que a região deve ter sido reabsorvida por Élis. Os eleios, após terem reassumido a organização dos jogos e das atividades sagradas, desvalidaram os jogos olímpicos do ano de 364 e o apagaram de todos os registros oficiais (Diodoro XV. 78.3; Pausânias VI, XXII. 3) (Nielsen, 2007: 43).
Élis manteve-se excepcionalmente relacionada a Olímpia e sua identidade é tão intimamente ligada ao santuário que algumas vezes torna-se difícil distingui-la do santuário. De fato, parece que Élis tentou ativamente atrapalhar essa distinção ao tratar o santuário como seu segundo centro administrativo, o que lhe conferiu a característica de uma pólis bi-central não usual (Nielsen, 2007: 100).
Olímpia foi o espaço onde as cidades gregas, por meio da competição nos jogos e exibição de oferendas votivas, exercitaram suas similaridades e diversidades culturais. É por essa razão, e porque somente gregos eram aceitos a participar do culto e das competições, que Olímpia é vista como tendo tido um papel fundamental na elaboração da identidade grega nos séculos VI e V a.C.
Com muitas mudanças no ideal das competições e no culto ao longo de sua existência, o santuário funcionou até o período romano tardio. Por muito tempo permaneceu enterrado em metros de sedimento trazido pelos rios até que começou a ser desenterrado pelos arqueólogos alemães em 1875, os responsáveis pelos trabalhos no santuário até hoje.

Code: OLP
Original idiom name: Ὀλυμπία
Region: Grécia (Élis)
Sítio Arqueológico: archaeological site 1
Longitude: 21,63
Latitude: 37,638

Media

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Planimetria do santuário
O santuário foi instalado sobre uma vasta planície – irrigada por dois rios, o Cladeus a oeste e o Alfeu a sul –, cuja única elevação é a colina de Cronos a norte. No início do período arcaico, no século VIII a.C., o santuário manteve a característica adquirida ainda em época geométrica: era uma área aberta e pequena, cercada por um muro circular baixo, ou por uma cerca, e continha poucas e modestas construções, como o Pelópion , o santuário-túmulo de Hipodâmia e o altar de cinzas de Zeus Olímpio, o qual se acredita que existia desde o século X a.C. (Swaddling, 1980: 14; Valavanis, 2004: 35 e 38; Yalouris, 2004: 95).
As maiores mudanças topográficas foram realizadas ao redor de 700 a.C., embora pouquíssimos remanescentes arquitetônicos tenham sobrevivido deste período. Ao longo do século VII a.C. supõem-se que alguns trabalhos de infra-estrutura foram realizados, tais como a ponte sobre o rio Cladeus, para o acesso ao santuário a partir de oeste, e possivelmente uma barreira de contenção à esquerda da margem do rio (Valavanis, 2004: 52).
Ao redor de 600 a.C. Olímpia já havia adquirido importância pan-helênica (Berve; Gruben, 1963: 16). Foi neste contexto que o Heraion – a próxima construção mais importante – foi edificado no Altis. Datado de 600 a.C., a sua realização deu início ao primeiro grande processo de monumentalização empreendido em Olímpia no decurso do século VI a.C., período da edificação da maior parte dos tesouros e dos edifícios políticos, o buleutério e o pritaneu (Bergquist, 1967: 40).
Foi durante o século V a.C. que o santuário de Olímpia atingiu seu maior esplendor e opulência. Foi o momento em que Olímpia começou a crescer em importância e a ser ornamentada com suas primeiras construções monumentais edificadas gradativamente, como o templo de Zeus. Algumas delas estavam ligadas aos cultos, enquanto outras, indispensáveis, correspondiam ao crescimento e às diversas necessidades organizacionais e administrativas do santuário (Yalouris, 2004: 96). Nesta época os ritos de sacrifício e de competição atlética, conectados um com o outro, refletiam-se na distribuição dos edifícios no espaço do santuário (Whitley, 2007: 305).
Novas construções em Olímpia ocorreram no decorrer do século IV a.C., quando houve uma mudança na concepção dos jogos olímpicos. A partir do século V a.C., pelo fato de o prêmio concedido nos grandes jogos pan-helênicos consistir em uma simples coroa, diversas cidades começaram a honrar os vencedores oferecendo-lhes bens, dinheiro ou isenções, que podiam também ser computadas em dinheiro. Do mesmo modo, havia casos de atletas que recebiam dinheiro de seus adversários em troca de lhes ceder a vitória. Tal processo levou ao profissionalismo do atletismo, muito diferente do atletismo praticado no ginásio. Portanto, é no contexto do atletismo profissional – o qual ocasionou uma mudança no espírito de competição e cujo auge ocorreu no século IV a.C. – que devemos estudar as novas construções realizadas no santuário durante este período. Particularmente sintomáticas deste período são as séries de estátuas chamadas de Zanes, que se situavam em fila abaixo do terraço dos tesouros, na rota do templo de Hera para o estádio, onde dezesseis bases delas foram encontradas. Embora nenhuma das imagens tenha sobrevivido, as bases sugerem que se tratava de representações de Zeus nu em pé e segurando o raio. De acordo com o testemunho de Pausânias (V, I.XXI.2-3), as imagens não eram dedicações: foram feitas com o dinheiro de multas pagas por atletas trapaceiros que desonraram os jogos. O posicionamento na entrada do estádio era lido como uma mensagem contra a trapaça e o suborno. As mais antigas delas – seis em número – foram erigidas em 338 a.C. (Tomlison, 1976: 63).
É interessante notar, que todos os desenvolvimentos operados em Olímpia nesta época separaram o espaço cultual do atlético (Whitley, 2007: 307). Os novos edifícios em sua maioria não foram templos nem tesouros, mas Stoai edificadas ao longo das margens leste e sul do santuário (Berve; Gruben, 1963: 25).
De fato, escavações recentes mostraram que o aterro do estreito lado ocidental do estádio estava truncado na metade do século IV a.C., quando a Stoá dos Ecos foi construída, separando definitivamente o estádio do santuário. O estádio, que até esse período estava integrado à área sagrada, uma vez que os jogos tinham um significado puramente religioso, tem não apenas sua forma alterada, mas também o seu caráter, visto que ele se separa do santuário passando a ocupar a mesma posição na qual se encontra atualmente (Yalouris, 2004: 100; Whitley, 2007: 307).

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  • BERGQUIST, B.; The Archaic Greek Temenos
Museu > Objeto arqueológico

Oferenda votiva - Vitória de Peônios
Conforme a inscrição em sua base, foi dedicada em Olímpia após uma vitória em 420 a.C. do povo de Messênia e Naupactos sobre os espartanos. A estátua posicionava-se sobre um pedestal para ocupar exatamente o pequeno ângulo de visão entre o ângulo noroeste do templo de Zeus e o sudoeste do Heraion (Doxiadis, 1972: 74).

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Museu > Objeto arqueológico

No século VII a.C. os caldeirões de bronze com prótomos de leões e grifos – considerados os sucessores dos trípodes – foram as principais dedicações do período (Moustaka, 2002: 201).

  • CUNLIFFE, B. (ed.); OSBORNE, R. (ed.); Mediterranean Urbanization 800-600 B.C.
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Templo de Zeus
É tradicionalmente aceito que no século V a.C. o santuário de Zeus Olímpio dedicou pela primeira vez entre 470-456 a.C. um templo dórico e uma grande estátua obra do escultor ateniense Fídias à sua principal divindade quando até então o culto lhe era prestado em seu grande altar de cinzas.
O templo de Zeus em Olímpia foi o maior já construído em um santuário pan-helênico e até a primeira metade do século V a.C. era o maior edifício da Grécia continental. Modelo para templos da Grécia balcânica – de Poseidon em Ístmia e para um grupo de edifícios áticos da segunda metade do século V a.C., como o Hefesteion na ágora de Atenas, o segundo templo de Poseidon em Súnio e o de Nêmesis em Ramnonte – e para templos da Grécia ocidental – o templo E3 de Selinonte e o de Poseidon em Posidônia – já na antiguidade era reconhecido como um cânone da arquitetura dos templos dóricos (Coulton, 1977: 113; Grupico, 2008: 207; Hellmann, 1998: 113-114; Holloway, 1973: 89; Tomlison, 1995: 34; Valavanis, 2004: 72; Yalouris, 1995: 30; Younger; Rehak, 2009: 47).
A datação do templo, que era dórico, media 27,68 x 64,12 m e tinha 6 x 13 colunas, foi fixada com base no estilo arquitetônico e escultórico e na descrição de Pausânias (V,I.X.1-4). O viajante grego diz que o edifício foi construído pelos eleios a partir dos espólios obtidos de uma guerra contra Pisa, evento que precedeu o sinecismo de Élis em 470 a.C. Considera-se que o início da construção do templo de Zeus ocorreu no contexto da criação da pólis, no momento em que expandia seu território para incluir o distrito de Olímpia outrora parte da pequena cidade de Pisa, rival de Élis na administração do santuário (Tomlison, 1995: 33-34). Atualmente é aceito que as obras se iniciaram após 470 a.C. e terminaram, presumivelmente, próximo à época em que Esparta – após defender Atenas em Tanagra no ano de 457 a.C. – dedicou uma Nike como acrotério central no pedimento leste.
As esculturas das métopas e dos pedimentos foram igualmente importantes na definição da cronologia do templo, pois se inserem no chamado estilo severo definido tradicionalmente como a arte nascida das Guerras Persas e que prevaleceu entre 480-450 a.C. Embora tenha sido revisto pelos especialistas, se aceita ainda que o estilo caracteriza-se por trazer aspectos da arte arcaica e pelas novas tendências que resultaram, mais tarde, na arte do período clássico (Amouretti; Ruzé, 1993: 166; Holloway, 1973: 95 e 99; Yalouris, 1995: 30).
Abaixo, vemos imagens de reconstituições de como era o templo, realizadas com base nos achados dos restos de partes do edifício, como colunas, fundações, esculturas, telhas, calhas, etc. Sobre as esculturas se vê a foto da estátua de Apolo, que era a figura central do pedimento oeste do templo, que trazia o tema da Centauromaquia, o confronto mítico entre os Lápitas e os Centauros. A última figura mostra a reconstituição do pedimento leste do templo de Zeus, cujas esculturas retravam a Gigantomaquia, a guerra mítica entre os Gigantes e os deuses olímpicos que precedeu a Titanomaquia.
Doze métopas (o espaço existente entre os tríglifos no templo dórico) foram encontradas e retratam os Doze Trabalhos de Héracles. Métopas e pedimentos encontram-se hoje expostos no Museu Arqueológico de Olímpia.
A representação da Centauromaquia, da Gigantomaquia e dos Doze Trabalhos de Héracles no templo de Zeus não eram escolhidas por acaso. Estes episódios míticos trazem aspectos que atingiam diretamente o público que frequentava o santuário, os atletas, a aristocracia das cidades gregas, a qual faziam parte.
Dentre estas imagens destaca-se o desenho que reconstitui a aparência da estátua de Zeus Olímpico que ficava dentro da cela do templo. Ao redor de 454 a.C. - quando o templo de Zeus já estava em pé há quase trinta anos – o escultor ateniense Fídias foi chamado de Atenas, após concluir a estátua de Atena Partenos em 448 a.C., para executar a imagem criselefantina (de ouro e marfim) do deus, que foi instalada no templo provavelmente em 430 a.C. (Berve; Gruben, 1963: 322; Dinsmoor, 1950: 153; Richter, 1966: 167; Valavanis, 2004: 94). Assim como o templo, a estátua foi descrita somente por Estrabão (8.3.30) e por Pausânias (V, I.X-1-4), cuja descrição também é a mais completa a respeito da imagem. Na terceira parte de seu relato sobre o templo, o viajante grego detalha a posição, as vestes, as sandálias, o trono e os materiais com os quais a estátua fora feita.
Sobre as dimensões da estátua, as escavações em Olímpia conseguiram identificar e medir somente o pedestal do trono, que tem 9,67 x 9,93 metros. R. Pfeiffer propôs algumas medidas da estátua com base em fragmentos do poema iâmbico de Calímaco – citado por Estrabão e que pode ter influenciado a descrição de Pausânias – os quais vieram à luz entre 1934 e 1940. Assim, o exame das palavras da melhor parte preservada, a que contém as medidas para a altura, indicaram que a estátua de Zeus Olímpio atingiu 12,375 metros de altura e o trono 9,90 metros de largura (Pfeiffer, 1941: 4). A estátua permaneceu no templo por cerca de oitocentos anos, ao longo dos quais sofreu diversos danos e reparos. Fontes literárias registram que no séc. V d.C. ela foi levada para Constantinopla, onde foi destruída por um incêndio.

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Termas romanas sudeste
Trata-se de um grande complexo do período imperial (I-III d.C.), que consistiu em um pátio central com colunatas, uma piscina ao ar livre, três grandes corredores e pequenos quartos auxiliares. Os nichos fachada monumental eram adornados com estátuas. As termas romanas foram o local de encontroe treino para os atletas no período.

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Reconstituições > Reconstituições

Hipódromo
A introdução da corrida de carros em 680 a.C. indica que o primeiro hipódromo na história foi criado nesta data (Berve; Gruben, 1963: 326; Valavanis, 2004: 53). Todavia, apesar de os especialistas o localizarem a sul do estádio, todos os traços da construção desapareceram quando o rio Alfeu mudou seu curso durante a Idade Média (Berve; Gruben, 1963: 17).

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Philipéion
Após a batalha de Queronéia em 338 a.C., Felipe II, construiu o Philipéion, que foi terminado mais tarde por Alexandre, o Grande, seu filho. Este edifício foi erigido a partir do modelo circular de construção (o thólos), que anteriormente possuía um caráter religioso e neste momento era usado, pela primeira vez, para o culto e memória da dinastia macedônica divinizada.

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Reconstituições > Reconstituições

Stoá de Eco
A Stoá de Eco, assim denominada pelo fato de sons ecoarem no seu interior por sete vezes seguidas, era também conhecida como Poikíle ("Pintada") devido aos afrescos que adornavam o seu interior. Foi construída pouco depois de 350 a.C. e possuía duas colunatas, a externa, em estilo dórico, e a interna, provavelmente em estilo coríntio, com aposentos em seu interior (Yalouris, 2004: 106).

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Residência de Nero
Construída por Nero entre 65-67 d.C., presumivelmente foi planejada para acomodar o imperador e seu séquito durante a ocasião dos jogos. A estrutura e planta seguem o padrão das vilas romanas na Itália. O complexo compreende um grande pátio cercado por colunatas e numerosos quartos cercados que cercavam, por sua vez pequenos pátios. O denominado Octagon era a área dos banhos.

  • MALLWITZ, A.; Olympia und seine Bauten.
Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Palestra
A palestra – destinada à prática da luta, do pugilismo e do salto – foi construída na parte oeste do Altis, próximo ao rio Cladeus – desde a origem um local de treinamento dos atletas (Yalouris, 2004: 107).

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Stoá sul
Ao redor de 300 a.C. os balneários no Cladeus foram ampliados e a Stoá Sul foi construída tornando-se o limite meridional do santuário (Yalouris, 2004: 105-106).

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Museu > Objeto arqueológico

Oferendas votivas de guerra
Desde a época da construção do primeiro estádio na metade do século VI a.C., a exposição de elmos, escudos, perneiras com dedicatórias a Zeus Olímpio parece ter sido uma prática entre os espectadores e participantes dos jogos. De acordo com M. Scott, a memorialização de conflitos militares através da dedicação de despojos de guerra (tropaia) era uma característica regular do santuário desde ao menos o século VIII a.C. (Scott, 2010: 169).
A exposição de despojos de guerra em Olímpia reflete um outro papel do santuário que remonta aos seus períodos mais antigos. O santuário de Olímpia exerceu uma competência militar desde esse período ao propiciar, através de seu oráculo, soluções para problemas prementes de guerra atestados no sul da Grécia Balcânica (Valavanis, 2004: 47). Testemunhos literários, associados aos achados de tropaia, sugerem que muito antes dos jogos o aspecto militar de Zeus Olímpio foi o elemento primário no culto em Olímpia, e que a função oracular associada com a guerra foi a razão para o prestígio desfrutado pelo santuário em todo o mundo grego desde o final do século VIII a.C.

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Leonidáion
O Leonidaion foi construído por volta de 330 a.C. a sul da oficina de Fídias. Este edifício funcionava como uma hospedaria para os visitantes mais célebres e levou este nome em homenagem ao seu arquiteto chamado Leônidas de Naxos (Yalouris, 2004: 107).

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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Ninfeu
O ninfeu tinha um formato semi-circular com dois templos circulares em cada uma de suas extremidades ; as paredes eram feitas de tijolos cozidos e revestidas com mámore colorido. Sobre a parede semi-circular e no interior de nichos articulados em sua fachada, havia 21 estátuas, de Antonius Pius e de sua família, bem como a de Herodes Ático. Entre os dois pequenos templos, havia dois reservatórios situados em níveis diferentes: um diante da parede semi-circular e outro mais abaixo deste. A água fluía ao reservatório semi-circular mais elevado, e deste ao mais baixo, de formato retangular, e a partir daí era transportada por uma vasta rede de condutores que abastecia todo o santuário no período (Yalouris, 2004: 110).

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Metodologia de pesquisa > Arqueologia do espaço

Escavações
Até as primeiras escavações sistemáticas alemãs, o sítio de Olímpia passou por alguns estágios desde a sua descoberta. Desaparecido na Idade Média sob metros de sedimentos fluviais, o santuário foi identificado somente em 1766 pelo viajante inglês Richard Chandler e, no ano seguinte, em 1767, o fundador da ciência da arqueologia, J.J. Winckelmann expressou o desejo de empreender escavações no local. Mas as primeiras escavações arqueológicas foram conduzidas em 1829 pela Expédition Scientifique de Morée, considerada a pioneira da exploração moderna de Olímpia e cujo trabalho se concentrou principalmente sobre as ruínas do templo de Zeus (Kyrieleis, 2001: 47-48).
Contudo, a primeira investigação minuciosa e completa do Altis ocorreu apenas meio século depois de sua descoberta, tornando-se possível após longas negociações políticas e diplomáticas. Essas escavações de 1875 em diante, por muitas razões e de várias maneiras, serviram como um guia seguido pela arqueologia clássica na Grécia. Pela primeira vez um contrato, no caso o firmado em 1874 pelo governo grego e alemão, previa que todos os achados das escavações em Olímpia deveriam permanecer na Grécia, enquanto que o lado alemão adquiria o direito de ocupar-se da publicação acadêmica dos achados e dos resultados das escavações. Foi deixado para o lado grego julgar se certos achados reduplicados deveriam ser dados ao escavador. Esses princípios, que foram formulados pela primeira vez no contrato de Olímpia, ainda formam a base para o trabalho dos institutos estrangeiros na Grécia e nos países mediterrâneos. O novo papel desempenhado pela pesquisa arqueológica e histórica, na rivalidade política entre as nações da Europa, é atestado pelo fato de que o Parlamento Alemão aprovara significantes somas de dinheiro para a condução de escavações em Olímpia apesar de os achados permanecerem na Grécia. Foi por essa razão, que o chanceler alemão, Bismarck, inicialmente se opôs a esse contrato. Somente em 1887, após a liberação de um número de artefatos autênticos doados à coleção do Museu de Berlim, que o chanceler aceitou a idéia (Kyrieleis, 2001: 48).
O primeiro e decisivo período de escavações em Olímpia ocorreu entre os anos de 1875 e 1881. No decurso de seis temporadas de escavações empreendidas graças ao trabalho de Gustav Hirschfeld, Adolf Bötticher, Georg Treu, Wilhelm Dörpfeld e Adolf Furtwängler sob a direção geral de Ernst Curtius e Friedrich Adler, a maior parte das ruínas de Olímpia vieram à luz junto a uma imensa coleção de inscrições, esculturas e dedicações de todos os tipos que permitiram uma visão completamente nova da história e importância do santuário, propiciando, assim, uma nova luz nas até então desconhecidas esferas da arte grega (Kyrieleis, 2001: 49). A grande influência no desenvolvimento da arqueologia, exercida pelas escavações e achados de Olímpia em seu tempo, é devido principalmente ao fato de que os resultados do trabalho foram publicados em um curto espaço de tempo e com grande precisão.
A exploração inicial do Altis teve à disposição o texto de Pausânias o qual contém uma descrição detalhada dos monumentos de Olímpia, e por isso serviu como um guia precioso de informação para os escavadores na identificação de várias construções e monumentos: os arqueólogos literalmente conduziram suas escavações com Pausânias à mão. Assume-se que sem o minucioso relato do periegeta teria sido impossível hoje conhecer a maioria dos edifícios e obras de arte do santuário (Kyrieleis, 2001: 49).
As escavações em Olímpia seguem até hoje nas mãos do Instituto Alemão.
As fotos abaixo demonstram a minúcia do trabalho arqueológico de campo. As trincheiras abertas evidenciam estruturas construídas, outrora escondidas no solo. Também mostram o estado que o objeto arqueológico chega ao arqueólogo, na maioria das vezes incompleto, semi-destruído, disforme. No contexto de um santuário como Olímpia, às vezes, a destruição pode ter sido intencional, criada pelo homem antigo e não pela destruição dos séculos. Em santuários gregos é comum encontrar oferendas votivas danificadas com o objetivo de inutilizar a oferenda para o re-uso, preservando-a, assim, para sempre como presente à divindade.

  • KYRIELEIS, H.; Les fouilles allemandes à Olympie
  • MALLWITZ, A.; Olympia und seine Bauten.
  • KYRIELEIS, H. (ed.); COULSON, W. D. E. (ed.); Proceedings of an international symposium on the Olympic Games, 5-9 September 1988.
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Templo de Hera
A foto abaixo mostra o templo de Hera a partir das colunas caídas do templo de Zeus. O Heraion é o primeiro templo períptero e edifício monumental construído no Altis. Datado de 600 a.C., a sua realização deu início ao primeiro grande processo de monumentalização empreendido em Olímpia no decurso do século VI a.C., período da edificação da maior parte dos tesouros e dos edifícios políticos, o buleutério e o pritaneu (Bergquist, 1967: 40). Erigido na área das encostas mais baixas da colina de Cronos, onde estavam os altares das mais antigas divindades femininas veneradas em Olímpia (Gê, Eileithyia, Afrodite, Ártemis e Héstia), a localização sugeriu que o templo não só abrigou o culto à Hera, mas enfatizou a importância de diversas divindades femininas associadas à terra, à fertilidade, ou ainda ao oráculo (Valavanis, 2004: 54). O edifício mede 18,56 x 50,1 metros, tinha 6 x 16 colunas e cela dividida em pronaos, naós e opistódomo. Considerado um dos mais antigos exemplos de templo da ordem dórica.

  • VALAVANIS, P.; Games and Sanctuaries in Ancient Greece. Olympia, Delphi, Isthmia, Nemea, Athens
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Theokoleon
O Theokoleon – edifício em que residiam os sacerdotes de Olímpia – e o Herôon – inicialmente um balneário e ao longo da época helenística consagrado a um herói anônimo – foram construções da segunda metade do século V a.C. (Valavanis, 2004: 99 e 107; Yalouris, 2004: 105).

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Tesouros
Já na época da edificação do templo de Hera, os tesouros pouco a pouco começaram a ser edificados, em fileira, em um terraço no sopé da colina de Cronos e constituíram o limite setentrional do santuário. No início, provavelmente eram utilizados com finalidades cultuais, mas posteriormente tornaram-se depósitos de preciosas oferendas votivas e, por isso, representavam a autoridade e riqueza das póleis que os construíram. Os tesouros de Sicione (I) e de Gela (XII), em suas primeiras fases, são os mais antigos, sendo contemporâneos ao templo de Hera. Com exceção dos tesouros de Siracusa, Bizâncio, e de Gela e de Sicione em suas segundas fases – construídos no século V a.C. –, todos os demais datam do século VI a.C., como os de Epidamos (IV), Síbaris (VI), Cirene (VII), Selinonte (IX), Metaponto (X) e Mégara (XI). Pausânias menciona o nome de dez edifícios, mas as escavações localizaram as ruínas de quinze tesouros, dos quais apenas cinco foram identificados com exatidão (Sicione, Selinonte, Metaponto, Mégara e Gela) (Valavanis, 2004: 63; Yalouris, 2004: 97). Os tesouros com elementos arquitetônicos mais preservados são os de Sicione, Gela e Mégara (Berve; Gruben, 1963: 323-326; Valavanis, 2004: 63).

  • MERTENS, D.; Città e monumenti dei Greci d’Occidente.
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O estádio sofreu várias remodelações ao longo do tempo. O mais antigo estádio parece ter sido construído na fase inicial do desenvolvimento dos jogos, ao longo do século VII a.C. Abrangendo uma área nivelada de 180 metros de comprimento a leste do altar de Zeus, foi o primeiro do gênero construído na história da civilização, e recebeu seu nome da medida básica de comprimento na Grécia antiga – o stádion – de cerca de 600 pés ou 180 metros modernos. Entre 580-570 a.C. um novo estádio foi construído com aterros de 1 metro de altura para os espectadores, substituídos em 500 a.C. por outros de 3 metros. (Valavanis, 2004: 65). Na metade do século V a.C. o estádio adquiriu novo formato, foi ampliado e deslocado a leste. Por volta do final do século, sua localização foi novamente alterada em 82 metros a leste e 7 metros a norte (Yalouris, 2004: 100). A imagem atual do estádio (primeira foto) traz o formato do estádio do século IV a.C. Escavações recentes mostraram que o aterro do estreito lado ocidental do estádio estava truncado na metade do século IV a.C., quando a Stoá dos Ecos foi construída, separando definitivamente o estádio do santuário. O estádio, que até esse período estava integrado à área sagrada, uma vez que os jogos tinham um significado puramente religioso, tem não apenas sua forma alterada, mas também o seu caráter, visto que ele se separa do santuário passando a ocupar a mesma posição na qual se encontra atualmente (Pedley, 2005: 128; Yalouris, 2004: 100; Whitley, 2007: 307).

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Ginásio romano
O ginásio de Olímpia, construído no século II a.C. , era onde os atletas praticavam lançamento de dardo, arremesso de disco e corrida. A palestra que estava ao lado do ginásio, pode ser vista ao fundo. Este era um edifício fechado e retangular (120 x 220 m) com um espaçoso pátio no centro e stoás nos quatro lados (Yalouris, 2004: 107).

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Museu > Objeto arqueológico

Altar de Zeus e oferendas votivas
Entre o Pelópion e o templo de Hera, os escavadores de Olímpia encontraram uma enorme camada de terra preta composta por cinzas, ossos de animais e estas pequenas esculturas de animais, figuras humanas masculinas. Esta camada atesta a continuidade do culto do período micênico à Idade do Ferro em Olímpia. Segundo a opinião dominante, trata-se de um aterramento dos resíduos de atos rituais realizado durante os trabalhos de desenvolvimento e aplainamento da área do santuário de Olímpia durante o período geométrico (900-750 a.C.). Alguns autores atribuem às cinzas e os materiais encontrados na terra preta ao grande altar de Zeus.
Dentre as imagens abaixo, destaca-se a reconstituição do altar de Zeus, chamado assim pois era feito das cinzas dos animais sacrificados ao longo do tempo, e as figurinhas de terracota masculinas, que são tidas como representações de Zeus, as evidências que testemunham o início do culto de Zeus no século X a.C. em Olímpia.

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Metrôon
No início do século, o Metrôon , o templo da Mãe dos Deuses, foi instalado abaixo do terraço dos tesouros, mas deste templo dórico períptero restaram apenas o estilóbato de 10,62 x 20,67 metros e partes do entablamento de pedra (Yalouris, 2004: 106).

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Oficina de Fídias
Associada à elaboração da estátua de Zeus Olímpio, a chamada oficina de Fídias parece ter sido construída dez anos antes da dedicação da estátua ao templo de Zeus. Lá foram encontrados diversos tipos de materiais relacionados à confecção da imagem e atualmente são considerados provas irrefutáveis de que o local abrigou o escultor ateniense e seus artesãos (Valavanis, 2004: 97).
As escavações de Emil Kunze na oficina de Fídias entre 1954-1958 descobriram restos de marfim, obsidiana, espátulas feitas de ossos, martelos de ourives, moldes para joalheria, restos de decoração floral feitos de vidro e seus respectivos moldes de argila, nos quais foram feitos, e outros inúmeros moldes para a construção da roupagem. Os achados são até hoje interpretados como os usados para a confecção da estátua criselefantina de Zeus Olímpio feita por Fídias para o templo (Kyrieleis, 2001: 57

  • VALAVANIS, P.; Games and Sanctuaries in Ancient Greece. Olympia, Delphi, Isthmia, Nemea, Athens
  • KYRIELEIS, H.; Les fouilles allemandes à Olympie
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Pelópion
No lado norte do propileu do Pelópion de época clássica, em 1929, Dörpfeld descobriu, numa profundidade de aproximadamente 2 metros, uma linha curva de pedras de rio que interpretou como o recinto de um grande túmulo muito antigo datado da segunda metade do segundo milênio a.C. (2.600-2.500 a.C.), ou seja, do período micênico. O arqueólogo alemão nomeou o enorme túmulo de Pelópion I, considerando que já fazia parte do cenotáfio do herói Pélope. Escavações extensivas realizadas na área entre 1987 e 1994 revelaram que a sua superfície original era formada de lajes de pedras não-trabalhadas e as cerâmicas reunidas mostraram que a estrutura circular, com um diâmetro de 27 metros em sua base, data do período heládico inicial II (2.500 a.C.).

  • MALLWITZ, A.; Olympia und seine Bauten.
  • RASCHKE, W. J.; The Archaeology of Olympics: The Olympics and Others Festivals in Antiquity.
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O buleutério e o pritaneu também foram instalados pela primeira vez na época arcaica: o primeiro entre 550-500 a.C. e o segundo entre 500-480 a.C., na transição entre o século VI e V a.C. A presença dessas construções no local suscitou diversos debates. De acordo com Hansen e Fischer-Hansen, os edifícios são os melhores tipos de evidências para decidir se uma dada comunidade era uma pólis; e sabemos que Olímpia, nunca em sua história, tornou-se uma pólis, como ocorreu com Delfos e Dodona. É notório também que o santuário é o único local em que os restos de ambos os edifícios de época arcaica e clássica foram encontrados (Hansen; Fischer-Hansen, 1994: 86). Baseados na informação de que todas as leis e decretos de Élis, de antes do sinecismo, foram encontrados no santuário, os dois autores acreditam que os eleios construíram seu pritaneu primeiro no Altis e que a sua bulé – que antes se reunia no buleutério de Olímpia – transferiu-se para o da cidade de Élis após o sinecismo de 471 a.C. (Hansen; Fischer-Hansen, 1994: 88). Mas a visão que prevalece é a de que edifícios administrativos foram necessários à magnitude do festival. O pritaneu era a sede dos prítanes, os oficiais do santuário, e o buleutério serviu como sede do conselho de Élis, o corpo que decidia todas as questões relativas aos jogos e a sua organização (Valavanis, 2004: 65; Yalouris, 2004: 100).

  • VALAVANIS, P.; Games and Sanctuaries in Ancient Greece. Olympia, Delphi, Isthmia, Nemea, Athens
  • HANSEN, M. H.; FISCHER-HANSEN, T.; Monumental political architecture in archaic and classical Greek poleis: Evidence and historical significance
  • LAKY, L. A.; Olímpia e os Olimpieia: a origem e difusão do culto de Zeus Olímpio na Grécia dos séculos VI e V a.C.
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Espaço religioso panhelênico > Santuário interestadual

Zanes
As séries de estátuas chamadas de Zanes se situavam em fila abaixo do terraço dos tesouros, na rota do templo de Hera para o estádio, onde dezesseis bases delas foram encontradas. Embora nenhuma das imagens tenha sobrevivido, as bases sugerem que se tratavam de representações de Zeus nu em pé e segurando o raio. De acordo com o testemunho de Pausânias (V, I.XXI.2-3), as imagens não eram dedicações: foram feitas com o dinheiro de multas pagas por atletas trapaceiros que desonraram os jogos. O posicionamento na entrada do estádio era lido como uma mensagem contra a trapaça e o suborno. As mais antigas delas – seis em número – foram erigidas em 338 a.C. (Tomlison, 1976: 63).

  • TOMLINSON, R. A.; Greek Sanctuaires.
  • DECKER, W.; Sport in der griechischen Antike.
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Túmulo micênico
No lado norte do propileu do Pelópion de época clássica, em 1929, W. Dörpfeld (um dos grandes arqueólogos escavadores de Olímpia) descobriu, numa profundidade de aproximadamente 2 metros, uma linha curva de pedras de rio que interpretou como o recinto de um grande túmulo muito antigo datado da segunda metade do segundo milênio a.C. (2.600-2.500 a.C.), ou seja, do período micênico. A construção é o monumento mais antigo da área do santuário de Olímpia, assim como o maior e mais antigo de todos os tumuli conhecidos na parte sul e central da Grécia continental. Uma vez que nenhum traço de sepultamento tinha sido encontrado no túmulo, pensou-se, por esse razão, que a estrutura havia servido para o culto de alguma divindade desconhecida ligada talvez à fertilidade. É provável ainda que para os habitantes do vilarejo subseqüente de casas de planta absidais, a construção tinha um significado cultual, como demonstra um “altar” e um fosso grande raso de cinzas com restos de rituais no lado leste do túmulo.

  • INSTITUT, D. A.; Archäologischer Anzeiger. (2003)
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Fotos do Acervo da Lilian.